Último dia de Maddamme X
Era um grande dia para o Rei Jonas e o último para Maddamme X (como ela gostava daquele nome. Estava estampado na sua face emperetecada).
Mas o que adiantava tamanho glamour? Poder? Vaidade? Esqueceram que o destino é estranho e temperamental. Costuma ser traiçoeiro e radical. Não pergunta, não responde, apenas faz acontecer de acordo com as circunstâncias. E ponto!
O futuro estava traçado. Seria demasiadamente gentil com o Rei Jonas e brutal com Maddamme X. Pobre coitada. Vítima de comportamentos alheios.
Ela sempre teve liberdade. Tinha suas vontades, desejos e mimos atendidos com precisão. Mas naquela decisão, não podia interferir. Era irrevogável. Tudo por conta de um maldito testamento assinado por Salomão Aluguel. Se Maddamme tivesse entendimento e acesso aquele documento, certamente rasgaria e evitaria o pior.
Salomão ganhou aquele apelido pois mudava de casa quase de dois em dois anos e deixava alguns meses de aluguel sem pagar. Na última casa, para tristeza de Maddanne X, sua companheira, foi diferente.
Salomão, no leito de morte, queria morrer em paz. Sem aquela fama de péssimo pagador. Entrou em acordo com Judas, proprietário da casa alugada e dono do Rei Jonas, um cão libanês boa pinta.
A cadela Maddamme X seria utilizada no pagamento do aluguel. Teria seu último dia na compania de Salomão e um novo lar. Novas regras. Talvez até um novo amor. Seria a alegria do Rei Jonas.