Noite branca

Abriu os olhos: ausência completa de luz. Tentou acomodar-se, virando para o lado. Mais precisamente, para o lado esquerdo, que lera ser o melhor para ajeitar o corpo. Com um braço circundou o peito, de modo que a mão e o cotovelo aninharam-se no nicho que proporcionava o pescoço; estendeu o outro braço, espalmando a mão sobre o ombro. Estreitou o abraço, um caloroso autoabraço que varou o frio. Buscou a serenidade, apesar das ideias que saltitavam em sua mente, algumas boas, algumas não tão boas. Puxou as cobertas até o queixo e pediu a Deus que lhe enviasse o sono. Só então voltou a fechar os olhos, mergulhando nos segredos da noite.