OS QUATRO CEGOS

O cão-guia foi ficando cego e velho. Levava seu dono, jovem e cego, no ritmo diário. No outono passado, ficou confuso na parada obrigatória, seguiu em frente.

O jovem de óculos achava que enxergava bem. Seu carro achava que freava bem. No último outono, trocaram animosidades numa esquina de sol inclemente.

Seguiram dali, todos pras geladeiras.