a bifurcação do horizonte
"e no meio daquilo tudo havia eu! eu e os limites que não sei se eram limites ou eram só os limites da visão. e alguns pontos distantes que pareciam levitar, pontos trêmulos levitando próximos aos limites, e vento, em todas as direções, e eu e minha pele rachando como o solo em hexágonos, desencaixando as palavras do que o espírito via e sentia e às vezes tudo se transfigurava num imenso tabuleiro volátil de partes suspensas, e no meio daquilo tudo, eu, caralho, e os limites trêmulos e levitantes e o vento, os hexágonos e as pa lavras desconexas, as partes-peças suspensas como pedras flutuantes em uma trilha sobre o abismo do vazio, e no entanto era um deserto literal e ali os horizontes se cruzavam sob os pés. qual era o mais vertical?" e não havia ninguém mais para ouvir estes pensamentos além de "eu".
algum dos pontos que pareciam levitar em um dos aparentes limites olhava a seus horizontes e via pontos trêmulos que pareciam levitar e talvez ali estivessem apenas os limites de seus olhos e sentia o vento e a pele rachando em hexágonos como o solo e pensaria "e no meio daquilo tudo havia eu..."