O BAHIA4 E WILSON BRANDÃO. Série Figuras da Bahia
O BAHIA4 E WILSON BRANDÃO - SÉRIE FIGURAS DA BAHIA
Eu e o poeta Carlos Napoli, rebuscávamos velhas fitas cassete com nossas canções e selecionamos algumas músicas que cantávamos com o "Bahia4", no final da década de 1960, início dos anos 1970, em Salvador, na Bahia.
Passamos então a relembrar aquela bonita fase da nossa pós adolescência, com os demais componentes do quarteto, Luiz Villas Boas e Wilson Brandão e voltamos a memória até os ex-componentes do conjunto, Walter Carvalho e Geraldo Ribeiro, com os quais formamos o Trio Azteca, o Trio e Quarteto Ibiracy, precursores do Bahia4.
Após a triagem das canções que resolvemos prensar em CD destes 30 anos de convivência musical, combinamos procurar os amigos que não víamos há alguns anos.
Ao encontrar Villas Boas, Carlos teve uma má notícia: O nosso querido amigo e contemporâneo do grupo - Wilson Brandão, falecera - vítima de ataque cardíaco.
Wilson era grande e entusiasta vocalista, além de pontual, responsável e sem vícios, fato aliás, comum entre todos nós. Era gago e quando ficava nervoso não conseguia articular uma palavra. Tinha uma segunda voz, difícil de se igualar...
Já o Luiz Villas Boas, militar do Exército, como regente do grupo, imprimia uma certa hierarquia militar "pero con ternura", o que fazia bem ao conjunto. Nossos ensaios eram realizados em encontros de 3, 4 e até 5 horas de total concentração, entre pequenos intervalos para descanso.
Na 1ª fase, os ensaios eram realizados na residência de Luiz - no Largo da Lapinha. Posteriormente, passamos a ensaiar na casa de Wilson, na Rua da Poeira, em Nazaré, na casa de Geraldo ou em nossa casa, ambas na Rua Militão Lisboa, em São José de Baixo. Já no final dos anos 1960, os ensaios eram realizados no apartamento de Napoli, no Beco de Maria Paz, Ed. Bandeirantes 5º andar, bem no centro da soterópolis.
São bons tempos que funcionam como refresco em nossa memória, excluíndo as perdas irreparáveis de alguns dos nossos melhores amigos e companheiros do grupo musical, com os quais dividimos grandes momentos de alegria. Relembrar é preciso.
No dia 28 de outubro de 2005, perdemos o nosso parceiro e amigo Carlos Alberto Napoli, após insidiosa e breve enfermidade que o fez tombar. A lembrança que guardamos do nosso querido amigo é a melhor possivel. A saudade é que nos deixa soturnos. Muitos anos de convivência fraterna com momentos inesquecíveis que marcaram nossas vidas, naquilo que há de melhor na convivência e na fraternidade...
Quanto a Walter Carvalho, grande bandolinista poçoense, da minha idade, somos irmãos de leite e desde meninos fomos muito ligados. Tanto em Poções quanto em Salvador onde sua mãe se instalou com uma pensão na Rua Direita da Piedade. Não emos notícias dele e temos procurado pela família que dispersou após a morte de sua mãe Arlinda e do seu pai Arthur Carvalho, ambos já falecidos.