Quantos sorrisos viriam?
Eram sempre os pensamentos demoníacos, perversos, livre de censuras. E ele gostava, e sorria, abrindo levemente os lábios. Era o êxtase dos sonhos que nada poderia estragar. Pensava na morte lenta, no sangue a sufocar, na faca perfurando os pulmões, no último suspiro, nos olhos desesperados, na vida perdida. O prazer disso tudo é cantar o sofrimento, louvar a escuridão e apagar o dia... deveria sentir a morte chegar, com tempo para dar um último adeus. Os minutos seguintes serviriam apenas à luta angustiante até a desistência inevitável, mas não cantaria a vingança, ainda não; deixaria para o dia seguinte, pois sobraria-lhe tempo.