A aliança
A cada olhar confirmavam-se as marcas do tempo confundindo a mente e os personagens. Era como se o ontem fosse hoje e este um outro dia qualquer.
Mas, de tudo estavam ali presentes as semelhanças que se repetiam, dando novos códigos e alterando as pistas.
A neta lembrava a avó em criança, pela astúcia e gosto em descobrir o novo como se saboreasse uma fruta caudalosa, apetitosa e macia.
Enquanto a primeira escondia-se entre franja e cabelos longos e casuais, esvoaçando ao vento do passado; a última fazia-se notar sempre, no presente, seja pela inteligência astuta, ou pelos enormes olhos abertos na captura de toda novidade e beleza que o dia trouxesse.
À mãe e filha coube a alquimia dos tempos e continuidade genética do aprender a amar, confiar e olhar o futuro com a calma que a maternidade sabiamente ensina.
Assim, olhar o passado é como ver o presente que sugere o ontem na imagem da(s) mãe(s).
Uma aliança genética a ser aprimorada a cada dia.