Presença

Foi por ir, foi como quem não quer nada, nem nada espera. Foi pela simples razão de que ela pediu, e não queria desagradar a ela, para quem ele era de importância capital. O fato de ser tão importante na sua vida mexia com ele, não podia deixar de mexer, e por isso estava lá, sentado numa das cadeiras mais ao fundo, esperando a sua apresentação. Sim, ela ia se apresentar com a turma, e ele se lembrava bem de que, no ano anterior, ela havia chorado no momento crucial. Agora, estava maior, por certo não haveria choro. Aprumou-se: começava a apresentação. E, quando a música terminou, uma cançoneta em homenagem aos pais, que as crianças acompanharam com dança e canto, quando a sua filhota se atirou no seu colo e deu-lhe um cartão, e ficou abraçando-o com toda a força dos seus bracinhos, ele entendeu por que estava lá. Não podia deixar de estar.