AMIGOS, MAS NEM TODOS... Série: Figuras da Bahia

AMIGOS, MAS NEM TODOS...SÉRIE FIGURAS DA BAHIA

Quando fiz o curso pedagógico no ICEIA, em Salvador, tive colegas que se tornaram bons amigos. pelo menos era nessa conta que eu os tinha...

Entre os principais, Carlos Brandi (empresário), Cid Paraguaçu de Andrade (agropecuarista), Paulo Gil Soares (cineasta), José Carlos Capinan (poeta), Kleber Oliveira Menezes (advogado), Edilson Assis Murici (professor), Walter Vilas Boas (petroleiro), Luiz Gonzaga do Amaral Andrade (Industrial), Sóstrates Gentil (jornalista) e alguns contemporâneos que faziam política estudantil antagônica ao nosso grupo, mas que também tornaram-se amigos, a exemplo de Edmundo Fahel (ex Delegado Regional do Trabalho) Nelson Dahya (ex presidente da Associação Comercial da Bahia), Nilton Sobral, Reinaldo e Leonel Nunes (diretores de teatro), Jayme Vieira Lima (deputado) entre outros.

CAPINAN

José Carlos Capinan, natural do recôncavo da Bahia, até então não demonstrara a sua veia poética. Era franzino, muito crítico e não perdia um programa da rádio Excelsior aos domingos, cujo titulo era “Diga o que sabe, faço o que pode”, comandado por Souza Durão, onde conseguia ganhar uns trocados.

Apesar de inteligente, Capinan perdeu um ano e eu terminei o curso à sua frente. Após a minha saída do ICEIA, perdemos o contato. Fiquei muito feliz quando ele obteve o 2º lugar no Festival da Record com a musica Ponteio, de autoria de Edu Lobo com sua letra. Era um, era dois, era cem / Era o mundo chegando e ninguém / Que soubesse que eu sou violeiro / Que me desse amor ou dinheiro... Fui visitá-lo no Hotel da Bahia quando ele me apresentou a Gutemberg Guarabira que havia vencido o Festival com a música “Apareceu a Margarida”:

- Aqui, Guarabira, um grande amigo e um bom violão.

Anos depois, encontrei-o no IRDEB, na TV Educativa, como diretor e cumprimentei-o. Aí ele já havia terminado o curso de medicina. Estranhei seu cumprimento frio e achei que ele ficara famoso demais para lembrar-se dos bons tempos que tivemos no ICEIA. Logo depois desse fato, soube da sua saída do IRDEB e do seu engajamento na campanha de WaIdir Pires para governador da Bahia.

Waldir Pires foi eleito. Nomeado Presidente da Fundação Cultural, ao exonerar-me do cargo de diretor do Centro Cultural de Vitória da Conquista, esqueceu-se do nome do seu ex-colega e amigo, trocando o 2º prenome pelo 1º, numa inversão que me nomeou de Ricardo Massimo Benedictís. Achei-o descortês, sequer convidou-me para conversar sobre a situação do Centro de Cultura, do ponto de vista físico, de equipamentos e pessoal. Também não mandou pagar as 19 diárias atrasadas que a FUNCEBA me devia... O Capinan já não era o mesmo. Muito pernosticismo e demagogia, naquela pose de pecadora arrependida.

Foi um´péssimo diretor da Fundação das Artes, malfadada e mal criada, nada realizando de proveitoso para a cultura da Bahia nos três anos em que a dirigiu. Em entrevistas dizia-se "perplexo", quase três anos depois de ter sido nomeado. Nunca se viu tanta incompetência e alergia ao trabalho...

GILBERTO GIL

O pai de Gilberto Gil, José Gil Moreira, era médico. Gil nasceu em Salvador, mas veio nos braços da mãe para Ituaçu, terra de Moraes Moreira e de lá para Vitória da Conquista. Passou a estudar em Salvador na casa de uma tia e vinha a Conquista passar as férias. Seu pai era médico sanitarista, funcionário do Estado da Bahia.

Gil não gosta de Conquista. E os conquistenses não lhe dão a mínima, por achá-lo pedante. Quando abordado por algum desavisado quanto a sua procedência, costuma dizer – Nada tenho a ver com Conquista, eu sou soteropolitano. Trata Conquista com algum desprezo, talvez para não disputar com o gênio Glauber Rocha a primazia de ser conquistense. Seu pai, já morto, tem uma praça com o seu nome, onde ele morou durante muitos anos. Praça do Gil. Apesar de nomeada Praça Orlando Leite, o povo batizou-a de Praça do Gil e o nome pegou.

Com Gilberto Gil deu-se uma tragédia: o então prefeito de Salvador, Mário Kertesz criou a Fundação Gregório de Matos e deu-lhe a presidência. Em meses de não realizações, Gil providenciou uma comitiva de 40 pessoas que levou para a África num tour com o dinheiro do povo. Depois os jornais denunciaram que a fundação não havia sido fundada legalmente. Fantasma, a Fundação, fantasmas os seus dirigentes. O dinheiro gasto, não; foi dinheiro vivo, tirado da boca do povo.

Em 2003, como prêmio, o ex presidente fantasma foi nomeado Ministro da Cultura pelo quase fantasma presidente Lula.

São verdadeiros ídolos de barro, os incompetentes.

Tudo abafado, tudo esquecido. Afinal, o povão que elege a incompetência, não lê jornal.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 21/09/2005
Reeditado em 01/05/2006
Código do texto: T52335
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