ENTRE A VIDA E A MORTE...

Agora a pouco, sobre a curva que desemboca da ponte, num ponto cego ao motorista, e aonde o trânsito flui com grande velocidade e vazão, ele arrastava seu corpo trôpego, talvez desequilibrado pelo ácool e pela vida... e muito lentamente tentava atravessar a avenida.

Jovem ainda,acredito que nem trinta anos, mas talvez velho demais para acreditar. Simplesmente alheio a tudo.

Ei, quer morrer, quer? -alguém atrás de mim lhe gritou, abrindo a janela do carro.

E ele, sequer levantou a cabeça.Apenas seguiu seu caminho pela noite...

Mas,a sua alienação me foi a maior resposta.

Morrer?

Sim, mas para se morrer, se faz necessário ter vida!

Poucos perceberam, mas o seu silêncio, foi a resposta mais alta que pairou pela avenida, entre os automóveis apressados, e aquela sua aparente vida...lenta demais para morrer...