A busca
Arrastou os pés pela areia, entre a fadiga e o fio de esperança. Quando chegou à porta, que estava entreaberta, chamou o seu nome. Uma, duas vezes... Um menino surgiu, interrogativo: “O que é que o senhor quer?” Maria, depois de tantos anos, ele queria apenas ver Maria. “Ela está na cidade”, respondeu-lhe o guri. E ele perdeu o olhar para dentro da casinha, procurando, especulando. E, então, chamaram o menino, que desapareceu. Ele afundou os pés na areia quente, o solzão queimando a extensão de praia, caminhou um pouco e sentou sob uma árvore. Para que encontrar Maria àquela altura dos acontecimentos? Descansou a cabeça sobre um montículo de grama, suspirou fundo. Depois de um tempo, sentiu uma presença: abriu os olhos, esfregou-os. Ali, à sua frente, como nos velhos tempos, Maria o contemplava.