O Jaó
Vivia na repartição e pela repartição pública. Fazendo orra nenhuma, como os demais colegas. Mas era esperto. Toda vez que chegava nova funcionária no pedaço, era o primeiro a comentar, a sottovoce entre os colegas homens, o clássico e inconfundível:
- Aquelali, eu já oh...(fazendo o gesto com uma mão aberta sobre a outra formando um ozinho, fechadinho)
E continuou jao-zando, até se aposentar. No meio caminho, perdeu a próstata, a função erétil, o apetíte genésico, mas não perdoava. Era implacável. Um Clint Eastwood dos imperdoáveis.