O Presente

Quando ela fazia aniversário era a mesma coisa de sempre. Presentes? Uma ova! -- Que Deus lhe abençoe, menina. -- Que Deus te proteja, garotinha... E a pobre naquela sala imensa cheia de velhos ao redor falando de suas respectivas vidas. Isso era vida? Oh, céus!

A única criança que se via por perto era O Jefinho. Ms Jefinho não podoa brincar. Usava um tapa olho no lugar de um de seus olhos verdes cor de mar. Jefinho nem sorria, o pobre. Usava um aparelho de lata nos dentes acavalados. Jefinho, além de tudo era perneta. Andava com aquela muleta velha e corroída na madeira.

E a menina suspirava. Ficava doida para as visitas caírem fora de sua casa. Ela queria mesmo era sonhar, pois era o melhor da festa. Os sonhos... ah, os sonhos dela...

E os docinhos da festinha de aniversário? Um nojo só! Doce de abóbora, doce de tomate, doce de jiló (tinha sim, ela jura com os dedos cruzados às costas!). Ela queria tanto um brigadeirão, umas tortinhas de morango e bastante guaraná. Ah, e salgadinhos, também! Mas não havia. E a velharada só comia. Credo, que gente horrorosa!

Até que a menina ouviu um chiado diferente lá fora. Foi mais ou menos assim: miuuuuu...miiiiuuuuuuuuu!

Saiu correndo feito uma flecha e qual foi a surpresa? Era um lindo gatinho com listras amareladas... que lindo! Ela sorriu! E toda orgulhosa entrou naquela sala e anunciou à sua mãe: - Olha mamãe! Olha o que eu ganhei de presente!

Quer saber o nome do bichano?

- Presentinho.

Apenas (Eu)
Enviado por Apenas (Eu) em 23/10/2014
Código do texto: T5009656
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