Dia das Crianças
O menino resmungava, brigava com o pai, acordara cedo e agora se mostrava insatisfeito com tudo. Ela já havia tentado falar com ele, as coisas tinham piorado.
Num lampejo, se lembrou do presente que lhe havia dado na véspera, um belo álbum com informações, imagens, peças de quebra-cabeça, dinossauros para montar. Mas, o que o menino mais apreciara, naquele mundo dedicado aos bichos pré-históricos, havia sido um ovo. Lá dentro, uma miniatura de dinossauro. Ela lhe dissera: “Oh, é um dinossauro que vai nascer!” O menino não tinha descansado enquanto não abrira o ovo de plástico. Ela acudiu, pois viu que o brinquedo estava envolto em uma substância gelatinosa, uma meleca que sujava tudo. “Vamos fechar, ele ainda não está pronto”, havia dito. Várias vezes, durante o dia, ele tinha vindo espiar o ovo, colocado estrategicamente longe do seu alcance.
Agora, diante da irritação dele, veio-lhe uma ideia: pegou o ovo, jogou a gelatina fora, limpou bem o filhote e anunciou: “O dinossauro nasceu.” O menino correu, esquecido de qualquer manha, examinou o ovo semiaberto, e, triunfalmente, retirou o bebê! E foi assim que o nascimento de um dinossauro tornou uma criança feliz.