O nome dele
- Bom dia moço
- Bom dia (disse o moço sorrindo).
- Você sabe me dizer quem é o responsável por essas cadeiras e guarda-sóis?
- Sou eu (respondeu sorrindo e sem lagar a vara de pesca que jogara na água). Pode deixar suas coisas aí mesmo, eu vi a hora que a senhora chegou.
- Ok. Depois acertamos então.
Passei o resto da manhã naquele lugar lindo e quase deserto. Fora de temporada o Peró parece uma Vila Fantasma, assim como todo balneário aqui da Região dos Lagos. Eu adorei, pude tomar meu banho de mar sem aquele corre-corre na areia e aquele mundo de gente abafando o barulho que mais gosto de ouvir: o som do mar, sinfonia que me embala os pensamentos e aguça minha inspiração.
Eu já estava quase indo embora quando um fato novo me chamou a atenção. O rapaz pescador e dono das cadeiras deixou sua vara de pesca e estava arrastando um troço que parecia uma latinha de cerveja enferrujada pela água e pela areia. Muito curiosa me aproximei e perguntei o que era aquilo. Pasmem! Era um imã do tamanho de uma latinha de cerveja e servia para encontrar moedas perdidas pelos visitantes do lugar. Ri muito, nem acreditava que isso pudesse acontecer. Voltei para dar um último mergulho enquanto ele via quanto eu deveria pagar pela “estadia” em suas cadeiras. Quando voltei ele já estava pertinho das cadeiras, estava me esperando.
-- E aí? Quanto lhe devo?
- Nada não senhora. Sempre sorrindo e gentil me mostrou a quantidade de moedas que tinha conseguido só naquela horinha.
Me despedi e perguntei o nome dele e da sua barraca, pois pretendia voltar ali outro dia.
- SORRISO, pode me chamar de SORRISO. Disse isso naturalmente sorrindo.
Cada um com suas necessidades e desejos. O dele era e sempre foi ter uma barraca na praia, algumas cadeiras, guarda-sóis, uma vara de pescar, um imã gigante e aquela paisagem monumental de quintal.
Seu nome: SORRISO.
Imagem do meu amigo SORRISO:
https://www.flickr.com/photos/124702188@N04/14250122020/