Um sonho uma noite
Naquela noite, sonhou um de seus melhores sonhos. Um sonho libertário.
Deixava tudo para trás, as pessoas e seus problemas, e embarcava para a capital! Sim, da amurada do navio, ela vislumbrava a multidão lá embaixo. Adeus a todos, sentia-se com asas, asas que podiam voar longe, tão longe quanto os seus desejos quisessem. E, com aquela impressão de que era enfim livre, abanava para todos e para cada um em particular. Abanou por muito tempo, abanou gostosamente, até o momento em que o braço cansou.
Acordou com uma sensação estranha. Deu alguns passos, mas não chegou a sair do quarto. Um aperto no peito fê-la desmoronar.