Já era tarde quando ela chegou e, sem qualquer cerimonia foi dizendo:
- Olá, como está se sentindo hoje?
- Muito bem, respondi. Eu ainda não conseguia entender o que ela pretendia com aquela pergunta, já ela sabia que eu nada tinha e estava sempre bem. Achando estranho aquele comportamento que não era usual nela, ainda ousei dizer:
- O porquê desta pergunta?
Ela olhou-me atentamente, e sem mais palavras saiu resmungando, enquanto subia os lances da escada.
Mesmo estranhando a atitude dela, fiquei ainda alguns minutos tentando entender o que poderia ter acontecido para que ela se comportasse daquela maneira. Ela sempre fora tão doce, tão amável e simpática, e agora agia de modo estranho.
Mas, era assim mesmo, eu não poderia imaginar que a vida fosse sempre a mesma, da mesma maneira, por tanto tempo.
Sempre que monólogos como estes acontecem, imagino cenas reais no cotidiano de muitas pessoas.
31/01/2014-VEM