PIRULIGUETE

ela, do alto de sua chapinha fios-de-ouro com raiz preta, de seu salto lanblois carvão fosco, da voz rouca de louca possuída pela demência do demo, justo ela, aporrinhada pra dar umas pauladas, umas porradas, uns você-sabe-com-quem-está-falando?, era obrigada, ali, a abaixar a crista, suas asas de pavão, seus perfumes sino-maiâmicos, sua ourivesaria de artesanato industrial, só porque, só porque, só porque era uma mandona a má dona de sua sina, sua sorte secundária, ter que ser submetida, ali, logo ali, a uma morte primária.

calou-se, antes de falar.

engoliu a língua, sem esbravejar.

desceu do tamanco, sequer subiu.

reduziu-se, do seu inchaço inflamático.

pôs-se em seu lugar, devido e pago.