Sempre os outros.
Difícil era conseguir um assento no ônibus. Em pé, ia feliz, pensando que crianças, idosos e grávidas estavam confortáveis ocupando os bancos ao seu redor. Nessa manhã, no entanto, o ônibus estava lotado de jovens. Nessa manhã conseguira um assento. A cada ponto, mais pessoas. Súbito, uma senhorinha, que se colocou ao lado da felizarda que, finalmente, sentara.
A culpa começou a tomar conta. Apesar disso, não fraquejou, não levantou. Sentiu-se mal. Por que logo ela havia de se levantar, com tantos também ocupando vagas? Teve um leve gosto do inferno. Lembrou-se da filosofia.