ALÔ
O telefone toca, Valdir se surpreende com a chamada. Uma meiga voz feminina fala:
— Alô, como vai meu querido?
— ...
— Só queria falar o quanto você é maravilhoso.
— Mesmo...
— Soube que anda meio deprimido.
— É...
— Não se feche para a vida, saia de casa. Não prive as pessoas de te ver, de te ouvir, de aprender aquilo que você tem para ensinar.
— Eu estava me sentindo um...
— Pode estar certo que você é um homem especial.
— Talvez você tenha razão.
— Espere aí, não é o meu velho amigo Pedro que está falando?
— Não, é o Valdir...
— Desculpa, foi engano.
— Não desliga, deixa eu te agradecer, você me fez um bem maravilhoso. Mesmo que por engano, obrigado, sempre que quiser...
— Tim... tim... tim... tim....
Algum tempo depois, o telefone volta a tocar, a mesma voz terna fala:
— Alô, como está? Melhor, mais animado pra vida, meu querido?
— É. Estou sim, mas aqui quem fala é o Valdir e não o Pedro.
— Eu sei. Meu novo amigo Valdir.