A mulher da meia-noite

Ela pintava cuidadosamente seu rosto, como um artista traçando suas primeiras pinceladas, esfumaçava os olhos com uma sombra negra, pesada como seu coração, que já foi leve e vibrante, não lhe cabia mais sonhar, pois suas perspectivas foram esmagadas por contas a pagar e na estrada tudo era inóspito. Bela criatura de formas abundantes, seu corpo era uma fortaleza que podia visitar, não era o único, mas sentia-me especial, sinto que sua respiração relaxava comigo e por vezes encontrei-me imaginando por onde andara, madrugadas cruéis as minhas que passei sem sua presença, sempre pensando com quem ela estava, a meia-noite.

Vanessa Miranda
Enviado por Vanessa Miranda em 29/07/2013
Reeditado em 31/08/2013
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