Estória da Lua Cheia. Joia Rara.

15/jan/2009.
 

                                   Estendia as mãos como se pudesse tocar a mantilha esfumaçada do céu, é que na sua borda, uma Cíntia de ouro bordada elevava-se, enlevando junto minha’lma e de todos os mortais devaneadores.
Ela alteava-se tépida na noite morna. Os desejos cáusticos nas areias ardentes refrescavam-se ao sabor das espumas brancas, testemunho do deleite das ondas amantes nas rochas. Inebriava os sentidos de tal maneira que tontas às estrelas guardaram seu luzir. O brilho, lunático, estendeu-se por sobre o mar de prata, vindo do horizonte nascedouro dos céus, transbordantes e áureos levando a crer que caminhando, pés nus na água, poderia escalar os raios e lhe alcançar nas lonjuras do firmamento.
O Ourives que lhe moldou dilapidando-a, também se encantou, e não tendo preço sua formosura, de modo, resguarda-la determinou ao sol guardar com carinho sua luz, e de tempos em tempos forjar seu fulgor. A cada vinte e oito dias, sem temor a expõe aos olhos conquistadores, sabendo que por mais cobiçada que seja a joia rara nunca terá um dono, embora, esteja sempre acesa nos corações conquistadores e aventureiros esta chama.
Se o criador, tamanho poder, não lhe dispensa do resplandecer eterno, poderia até lhe designar a guarda e proteção dos olhares alheios, mas, jamais conseguiria ocultar seu brilho...
...Com o passar dos milênios, dela se apossaram os amantes e os poetas.
 
Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 14/07/2013
Reeditado em 14/07/2013
Código do texto: T4387186
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