Nada, a não ser ... despertar!
O cenário revestido de camadas fosforescentes invade as dunas do pensamento.
Eles murmuram e até palestram entre um piscar de olhos e o ranger dos ossos...
Uma fresta se abre no fundo daquele poço... passos inseguros se aproximam e, da fechadura, o deserto deságua intenções em suas sombras cambaleantes.
O risco se mostra ao relampejar no dorso da noite!
Ao longo da linha o vulto corre em direção ao horizonte:
um punhado de tempo desce da boca da ampulheta
um gosto amargo de sonho acaricia os desejos dos inválidos
um grão de esperança desabrocha nos poros da liberdade
Ela escuta o pulso do passado e sabe do sangue que corre arredio abrindo e fechando as válvulas... movendo as passagens do corpo que se despe.
E a voz retumba assolando as tempestades:
_ Me digam se ainda sentem medo?!