A sazonalidade do amor (série contos avulsos)
A sazonalidade do amor (21/02/07)
A maior dificuldade do carnaval é lidar com os amores de carnaval. Percebi isso, pois cometi o desparate de viver intensamente cada amor que me foi oferecido. O que quase me levou a uma overdose! Sabemos que a receita de sucesso do carnaval é sair beijando todo mundo sem conversar. Gerando aí uma impessoalidade e também uma sensação de tesão e auto-afirmação, que por sua vez, neste contexto, são sensações despojadas de qualquer sentimento mais profundo. Contudo não foi assim que optei por agir, preferi o caminho mais difícil e tortuoso possível, onde sentimentos são postos à prova. Se me fosse pedido para fazer um resumo, em uma frase, da postura tomada por mim neste carnaval, seria: “Conversei mais do que beijei, contudo, beijei pessoas que tinham nomes inteiros”.(CIRO, 2010, PÁG da vida)
Voltando um pouco no tempo, especificamente uma semana antes do carnaval, reconheço que: magoei para eventualmente ser magoado, explico: Existia uma pessoa que, acredito, queria ter passado o carnaval ao meu lado, todavia a famosa sazonalidade que nos aflige no carnaval se fez mais forte. De forma que me fiz visualizar totalmente solteiro neste carnaval. É a mesma idéia de não querer ficar sozinho no dia dos namorados, só que ao contrário. Portando posso alegar que a pessoa magoada em questão foi vítima da sazonalidade de uma relação, assim como eu fui vítima dos amores de carnaval. Sendo daí advinda à idéia de “magoei para eventualmente ser magoado”.(D.A.C)