O Homem e a Chuva do Inevitável Destino (Pt. II)
Era um dia nublado enquanto ele decidiu que deveria caminhar, a pé, pelas ruas depois de um tempo recluso em sua mente.
E andando com sua música tocando em seus ouvidos, nem mesmo a música conseguiu deter o som das gotas de chuva caindo dentro de si.
Depois de tanto tempo em silêncio... o som da chuva se tornou mais agradável que sua música favorita que estava tocando.
E, assim, ele foi.
Encharcado de água... mas com a alma renovada.
Tomado pela chuva... e a chuva inundada pela sua consciência fluindo em liberdade.
Molhado e úmido... entre o calor do momento e o frio do dia chuvoso...
...ali estava ele, aceitando, mais uma vez, o seu destino.
Concluiu que a chuva...
...é o único momento em que vemos as pessoas se esconderem do inevitável: você precisa andar, respirar e viver sem medo de ser feliz.
E nesses dias chuvosos, as ruas se tornam vazias simplesmente porque as pessoas tentam evitar a chuva assim como evitam a verdade, ou seja, para manter-se numa constante e falsa aparência utópica: que nós não vivemos de verdade até estarmos completamente vulneráveis pelo misterioso "próximo momento". Não vivemos de verdade até entendermos que, em tudo na vida, não há o amanhã, somente o momento de andar...
...um passo de cada vez... uma gota de chuva de cada vez...
...e esse é o nosso destino: aproveitar o dia presente, sem esperar pelo amanhã.
"Pois quem voltou do amanhã para garantir que, realmente, ele existirá?", o Homem filosofou.
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Então, o Homem parou na chuva, olhou para o Céu, sorriu e disse, sussurrando para si mesmo:
"Carpe diem!".
E com uma felicidade intocável e inefável, ele dobrou a esquina e seguiu seu único destino: viver... o presente segundo do seu misterioso... viver.