O VOO PARA DENTRO DA MEMÓRIA...

O quarto era fechado com chave.
Quando ela olhou para o alto, a chave estava bem ali, pendurada.
Curiosa, ela abriu a porta.
Estava quente lá dentro e tudo empoeirado.
Havia outra porta e nenhuma janela.
A chave convidava a abrir a outra porta.
Ela abriu e pode perceber que ali do outro lado havia um portão que também estava trancado com chaves.
Ela abriu o portão e seguiu o rumo da sacada.
A sacada era grande, aberta, ensolarada, porém sem nenhuma graça.
Apenas permitia a visão para aquela rua.
De volta ao quarto, remexeu nas caixas.
Foi abrindo uma por uma...
De repente, deslumbrou-se com uma caixa que tinha tampa de vidro transparente e dentro havia muitas e muitas jóias.
A que mais chamou sua atenção foi aquela correntinha que tinha um pingente diferente de todos os que já pudesse ter visto. Era um avião pequenino, dourado, com duas estrelas em rubi em casa asa.
Parecia um avião daqueles antigos, que cabiam só duas pessoas e que os pilotos usavam capacetes iguais ao frango da Sadia...
Era um adorno tão belo, singelo, mágico, que fez daquele momento algo inusitado.
Ela recordou dos voos que a levara a tantos lugares e a tantas paisagens.
Quantas viagens ela fez, voando, sentindo o vento, perfurando as nuvens, observando tudo tão pequeno lá de cima.
Eram voos que alcançavam tão altas altitudes que o frio ao descer à terra firme valia cada segundo que permaneceu ali em cima.
Os pensamentos voavam junto com os voos e isso ajudava a encarar os problemas muito melhor, pois lá de cima tudo era pequeno, até os problemas.
Quando percebeu já era hora de aterrizar novamente em terra firme e deixar os voos de liberdade para outros momentos.
Aquela excursão no quarto fechado tinha feito muito bem para sua alma.
A fez voltar ao tempo e deu-lhe coragem a seguir com seus voos em outros momentos...

PoderRosa
Enviado por PoderRosa em 05/11/2012
Código do texto: T3970146
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