GRANDE COVARDE!

GRANDE COVARDE!

Queria porque queria chegar em casa. Naquela época, os postos de gasolina fechavam as 20 hs.e o cálculo que fizera sobre o consumo falhara. O Maverick 4 cc. que normalmente consumia numa faixa de 1 lt de gasolina a cada 10 kms percorridos, gastara muito mais, talvez por algum problema de carburaçâo. Enfim, tinha que chegar em ilhéus naquela noite. E faltavam menos de 100 kms. Dez lts. de combustível resolveriam o problema.

Havia sido informado que em Santa Cruz da Vitória havia um homem conhecido por Zequinha que vendia gasolina a qualquer hora do dia ou da noite. Eram cerca de 23 horas quando cheguei à praça principal de Santa Cruz. Logo à minha frente andava um homem sobre a calçada. Parei o veículo cumprimentei-o e pedi que me informasse onde encontraria o senhor Zequinha. O homem deu um passo atrás e voltou-se de repente, arma apontada para minha cabeça, trêmulo, totalmente fora de si... Conservei a calma e argumentei com o cidadão que eu não era bandido, mas alguém aflito que precisava de socorro e não de bala. E o homem nada falou.

Voltou-se e desapareceu num beco em desabalada carreira...

Não seria necessário dizer nada sobre os meus batimentos cardíacos.

Enfim, encontrei o Zequinha, comprei a gasolina e fui embora, pensativo, pela estrada. Afinal, não é todo o dia que algo parecido me acontece. Ate hoje não sei o que se passava com aquele sujeito. Se era doido ou simplesmente um covarde grande numa cidade pequena e pacata...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 31/07/2005
Reeditado em 02/09/2008
Código do texto: T39138
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