A CENA
A luz violácea dançava projetando sombras na parede mal rebocada pintada a cal.
Ao fundo a emoldurar o ambiente, uma cama com lençóis em desalinho, um espelho barato(desses encontrados em feiras livres) e um criado mudo com folhas e canetas depositadas displicentemente.
Era feriado, uma sexta-feira de céu nublado.
...Ele levou as duas mãos passando-as simultaneamente pelos cabelos, caminhou lentamente pelo quarto, sentou-se na beirada da cama, olhou fixamente para os papeis, respirou fundo, colheu uma das folhas e leu em voz alta:
Eis aqui o eu na solidão...
Vazio a preencher o oco em eco
quando vozes internas vociferam.
JP28072011