DESPEDIDA
Sentada na beira do pilão, próxima ao fogão à lenha, vou bebendo o café torrado, socado, soprado, moído e feito pelas minhas próprias mãos. Estamos no inverno em que a tardia primavera floriu na minha história.
Pássaros em bando migram num céu ainda fosco pelo nevoeiro... De certo, o sol irá trazer mais cores para os montes e colinas que vejo ao longe. Rabisco sentimentos tantos como se possível fosse guardar todos os sentidos que aguço agora!...
A triste canção do carro-de-boi, que passa na estrada de barro vermelho, tão distante que meus olhos não veem; os galos que acordam a tribo adormecida, as galinhas com montes de pintinhos (tão lindos e fofos!), inspiro esse cheiro de alfazema e eucalipto, estrume e mato orvalhado e retenho na memória a visão e o olfato dessa página da minha vida.
Abençoado o destino consolador dos ensinamentos trágicos!...
A dor me trouxe até aqui e minhas raízes se fincaram nesse solo, tal qual minha personalidade criaram ramificações por todo o meu ser.
Minha mão treme em rabiscos rápidos por essa folha com tintas manchadas. Não sei se as horas pararam no tempo ou se o tempo saltou rápido demais nas horas! Só sei que amadureci por demais!
Caminho sem pressa mesmo sabendo que na volta estarei seguindo enfrente. O sol está mais acolhedor e o vento parece querer brincar comigo. Aceito o convite, acelero os passos e num repente me ponho a correr!... Impossível não sorrir! Sento-me na porteira bem no alto do morro... O gado em miniatura pastando lá longe, na borda do tapete verde...
Sei que meu tempo por aqui se esgota, que em breve receberei meu escudo e minha lança. Estou pronta para enfrentar meu futuro, não mais com a alegre inocência, mas com a certeza que a vida me deu mais uma chance de provar para mim mesma, que não são com lágrima, ódio e vingança que se vence uma peleja, mas com a sabedoria da passividade e com a felicidade da sensatez que o destino já está traçado...
Mundo, inverno primaveril dos sonhos.
Sentada na beira do pilão, próxima ao fogão à lenha, vou bebendo o café torrado, socado, soprado, moído e feito pelas minhas próprias mãos. Estamos no inverno em que a tardia primavera floriu na minha história.
Pássaros em bando migram num céu ainda fosco pelo nevoeiro... De certo, o sol irá trazer mais cores para os montes e colinas que vejo ao longe. Rabisco sentimentos tantos como se possível fosse guardar todos os sentidos que aguço agora!...
A triste canção do carro-de-boi, que passa na estrada de barro vermelho, tão distante que meus olhos não veem; os galos que acordam a tribo adormecida, as galinhas com montes de pintinhos (tão lindos e fofos!), inspiro esse cheiro de alfazema e eucalipto, estrume e mato orvalhado e retenho na memória a visão e o olfato dessa página da minha vida.
Abençoado o destino consolador dos ensinamentos trágicos!...
A dor me trouxe até aqui e minhas raízes se fincaram nesse solo, tal qual minha personalidade criaram ramificações por todo o meu ser.
Minha mão treme em rabiscos rápidos por essa folha com tintas manchadas. Não sei se as horas pararam no tempo ou se o tempo saltou rápido demais nas horas! Só sei que amadureci por demais!
Caminho sem pressa mesmo sabendo que na volta estarei seguindo enfrente. O sol está mais acolhedor e o vento parece querer brincar comigo. Aceito o convite, acelero os passos e num repente me ponho a correr!... Impossível não sorrir! Sento-me na porteira bem no alto do morro... O gado em miniatura pastando lá longe, na borda do tapete verde...
Sei que meu tempo por aqui se esgota, que em breve receberei meu escudo e minha lança. Estou pronta para enfrentar meu futuro, não mais com a alegre inocência, mas com a certeza que a vida me deu mais uma chance de provar para mim mesma, que não são com lágrima, ódio e vingança que se vence uma peleja, mas com a sabedoria da passividade e com a felicidade da sensatez que o destino já está traçado...
Mundo, inverno primaveril dos sonhos.