Remédio.
Possuía uma farmácia em casa, e se gabava ao dizer que tinha remédio para todos os males da vida.
Dor de cotovelo, enxaqueca, cólica, das mais diversas causas, não havia enfermidade que não houvesse ali um remédio.
No caso de dificuldades para dormir, remédio para insônia, e se quisesse ficar mais atento, imediatamente buscava "sua" medicação para ficar desperto.
Acreditava que qualquer que fosse a dor, poderia com uma cápsula imediatamente, resolver o problema.
Hábil em diagnosticar,mesmo sem ser médico, qualquer mal, era rápido pois imaginava que em uma única medicação solucionava o incomodo e até alguns chás de plantas diversas também faziam parte do seu "arsenal" terapêutico.
O mais interessante é que com o tempo sua própria existência, suas decisões e sentimentos eram regidos pelos medicamentos diversos que detinha em seus guardados.
Em caso de tristeza imensa ou alegria em excesso, mágoa, angústia, frustração, apenas uma dose afirmava que elucidaria o grave problema.
Até que um dia que se esqueceu de tomar o remédio para saudade de uma boa prosa, um abraço, uma declaração pura de amor, foi saudoso que padeceu ao lembrar de um tempo que não precisava de remédios para ter uma vida sadia.
Ao buscar internamente a cura de várias doenças da alma ,resolveu que a partir daquele instante viveria independente em com propósito se fazendo o autor de sua própria estória ...