Dos enganos....
Trouxe na bagagem um arsenal de palavras. As mãos vazias acariciavam promessas, frases de efeito. Verbos sem miolos, ocos.
As malas surradas não mais existiam, renovou-as tal qual o seu vocabulario. Falacias.
Esparramou-se pela casa, tomou seu lugar à mesa, nas escadas, no leito.
Ela, sem jeito, nada dizia. Juntava seus cacos aos dele, roupas espalhadas, avenidas cruzadas, reflexo e espelho. Posse e medo.
Veio o véu dos dias escuros revelando as raizes dos absurdos. A face, ora coberta de musgo cresceu, pulou os muros. Dentes afiados, lingua de serpente. Bagagem, enfim, nua e desfeita.
Ela, recolheu suas saias, exilou suas letras, enterrou suas cores. Alma e carne segregadas. Tarde, muito tarde, constatara: Ele, em nada mudara.