DESGELO
É noite, o frio faz arder na alma, a chama das incertezas que refletem nos ossos trêmulos. Ainda lúcido, tateio indeciso a fechadura do acolhimento...
O abrir da porta faz ranger invernos passados. Os olhos vacilam e o breu interior clareia a mente. Candeias acesas estalam e viram serpentes!
O fogo indeciso pelo vento, fixa-se nos olhos compenetrados e incomplacentes... Pensamentos propícios a noites sombrias surgem.
Corre solidão nos olhos e nos ponteiros turvos das horas. Serram as pálpebras da discórdia. O silêncio acalenta o som do coração que se faz sentir e ouvir remitente.
Frestas da consciência permitem alucinações no sono e o susto desperta em degelo, o ausente.
Amanhece com silvos, luz e orvalho. O consciente enganado, outra vez se faz penitente!
(@RLi5boa - RG-DF)