A PERDA DOS ÓCULOS

     Em um final de semana de sol radiante, em pleno verão, o dia prometia ser muito quente. Pela manhã desloquei-me a Laguna – SC para “curtir” a Praia de Mar Grosso. Nesta oportunidade eu estava sozinho, como o sol convidava a ficar por um bom tempo, passei a tomar uma caipirinha. Ali adiante, mais uma e mais uma. Resultado: foi um dos piores porres que tomei naquela época. Começava ali um problema que tinha que ser resolvido, a volta. Como voltar daquele jeito para Tubarão?
     Embarquei em um ônibus para Tubarão. Devo ter sido objeto de chacota dos que me olhavam. Cheguei ao hotel onde estava hospedado com os outros companheiros, subi para o apartamento e não tive dúvidas, atirei-me na cama.
     Próximo ao horário do almoço levantei-me, tomei um banho e na hora de colocar os meus óculos não mais os encontrei. É lógico, segundo minha conclusão, achava eu que os mesmos haviam caído no mar, quando do meu fatídico banho.
     Desci para o almoço onde ali se encontravam os outros colegas. Viram-me sem óculos e logo perguntaram:

     - Onde estão os teus óculos?

     Respondi prontamente:

     - Caiu no mar.

     Almoçamos e fui para o apartamento descansar um pouco mais, para curar a ressaca da bebedeira matinal.
     Ainda meio mórbido deitei-me, meu braço caiu para o lado da cama e eis a grande surpresa e alegria. Bati com a mão em algo. O que seria? É claro, lá estavam meus óculos que eu afirmava terem caído no mar. Coloquei o mesmo, saí do quarto e aqueles a quem eu havia dito que perdera no mar, me diziam:

     - Que porrão, hein!

     Rimos muito da mentira que, embora involuntária, teve “perna curta”. Esta é uma das histórias das bebedeiras praianas do Valter.




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Valter Jorge Schaffel
Enviado por Valter Jorge Schaffel em 16/12/2006
Reeditado em 08/01/2007
Código do texto: T319510