Vidas sêcas.
Ele ficava com o coração partido ao ver o arrozal com as folhas enroladas, agonizando naquela sequidão, e bem na época de soltar os pendões. E olhando para o céu infinitamente azul procurava uma núvem que trouxesse esperança de refrigério para o arroz e para seu coração tão desalentado. A chuva não veio, o verde secou, a mágoa venceu e ele chorou. E se foi. Foi morar na cidade, construiu um barraco prá abrigar a família, numa várzea isolada. E aí a chuva veio, veio com tanta força, não deu tempo prá nada, e ele que nada tinha, perdeu tudo, perdeu a mulher e também a filhinha. Ah, chuva danada!