Aceitação
Pegou o mesmo ônibus que dias atrás a levava para a casa dele. Sentou-se no mesmo assento que antes ele sentava ao lado dela, e ao olhar pela janela lembrou-se de todas as vezes que estiveram juntos naquele trajeto.
Chorou.
Não por amor, mas nostalgia. Saudade de um amigo que perdeu e na crença da eternidade. Porém, das lágrimas dos primeiros meses de ausência sobrou um leve sorriso amargo. Lembrar foi atenuado pelo tempo. Mesmo que entre névoas, tudo permanecia.
Relembrou a história, sem evitar.
Reviveu e reconstruiu um sentimento que seria eterno se não fosse a vida e seus tropeços. Sentiu o valor do tempo.
Então aceitou.