Aula de dança
A música...
Remexe os quadris, move os pés com ligeireza, rodopia.
Insere-se no contexto, todos giram no mesmo diapasão, a coreografia enche a sala.
O professor...
À frente, ele dá as coordenadas. Habilidade e precisão. Encantada, ela se deixa levar. Uma vã esperança de acompanhá-lo, de atingir aquele ritmo que só ele tem. Aquela manha, aquele balançar, corpo como de borracha, elástico. Vamos! E ela se inebria, e sua, e requebra. Está dominada pelo espírito da dança. O (bom ou mau) espírito que a tira do chão, que a leva para outras paragens, etérea. Certamente um espírito de leveza e fantasia. Só pode ser das alturas.
Para a música. Como se a corda terminasse, desliga. O suor pingando pelo rosto, os pés tocando o piso doloridos. Conformada, adentra a realidade que a espreita, do lado de fora do salão.