MISTÉRIOS

Todas as noites, acendia as estrelas. E também o luar. Nas madrugadas, fazia o orvalho pratear o dorso das folhagens. E acordava bem cedinho os primeiros raios de sol.

No dia em que descobri isso, olhei-o com espanto e perguntei:

-Mas por que você nunca me falou disso tudo, que é tão importante?

Ele fitou-me com olhos calmos e retrucou:

-Dizem as flores que colorem e perfumam? Borboletas alardeiam o espalhar do pólen? O vento diz que sopra?

Um silêncio profundo calou em mim. Um pensamento, feito brisa, me ocorreu:

“A natureza é a poesia viva de Deus. Versos, belos mistérios que não precisam ser explicados. Cabem num poema, ou num conto. E isso basta.”

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METÁFORAS

Noite chora solidão de estrelas.

Silencia o verso.

Lágrimas de orvalho nos trigais.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 04/06/2011
Reeditado em 05/06/2011
Código do texto: T3014775
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