POMOS DE OURO

A laranja era linda e parecia muito apetitosa. Uma bola de ouro pendurada num galho, que se assemelhava a um tesouro que prometia indizíveis prazeres a quem o conquistasse. O menino não fez por menos. Começou a escalar a laranjeira em busca do seu tesouro. Ela estava muito alto. Ao galgar o quinto galho, sua mão foi ferida por um espinho. A mão sangrou, a dor foi muito forte. Pensou em desistir. Parecia impossível alcançar a fruta. Ela estava num lugar quase inacessível. Mas ela brilhava como um sol, como algo que precisava ser alcançado a preço da própria vida. Era um pomo de ouro. Ele então olhou para baixo e viu o quanto já havia subido. O que significava um pequeno ferimento, depois de já ter subido tão alto, e diante da expectativa de realizar o seu sonho? E ele então continuou a subir, a despeito dos espinhos, da altura, do medo e de todos os percalços. Seu coração estava na sua meta. Sua meta era o seu coração. Nada poderia impedi-lo.
POMOS DE OURO


João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 01/06/2011
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