HISTÓRIA QUE NÃO É DE PESCADOR

     Feito o curso em Tubarão – SC, partimos para o estágio prático, fomos distribuídos por várias Usinas e Subestações. A mim foi destinado ficar durante seis meses em Furnas, Usina de 1200 MW que fica no Estado de Minas Gerais. Logo que cheguei, talvez duas semanas, o meu chefe Renato, chefe dos mecânicos de manutenção, disse-me: “Valter, vem comigo”. Eu e outro colega, não lembro qual, o acompanhamos. Abriu ele uma salinha e tirou dali uma vara de pescar com carretilha. Estava ele cumprindo um pedido do chefe do refeitório que dizia ter um almoço para visitante e precisaria um número x de quilos de peixe. Saímos da usina, andamos poucos metros à jusante e o Renato lançou o anzol muito longe. Via-se que dominava o assunto de pesca, não demorou mais do que cinco minutos quando um peixe fisgou o anzol e o nosso pescador puxou a linha e um peixe subiu ao ar e voltou dando “de prancha” na água. Disse-lhe: “É pequeno” ao que me respondeu Renato “tu vais quando chegar aqui”. Cada vez que puxava o anzol o peixe novamente saltava para o ar e cada vez mais a distância diminuía. Ao chegar onde estávamos aquele lindo dourado pesava “apenas vinte e cinco quilos”. Eu e meu colega que assistimos aquele espetáculo fomos convidados a participar, pois pegamos um gancho que estava em uma madeira, colocamos na guelra do dourado e puxamos para cima e atiramos no gramado que estava a nossas costas. Mais duas vezes se repetiu aquela situação, em menos de vinte minutos e em apenas três peixes havia pescado cinqüenta quilos. Eu que nunca havia pescado um mísero lambari nunca mais esqueci aquela experiência vivida naquele período de estágio.


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Valter Jorge Schaffel
Enviado por Valter Jorge Schaffel em 17/11/2006
Reeditado em 08/01/2007
Código do texto: T293459