O PERDÃO
Amélia, mãe de cinco filhos, dona de casa, lenço amarrado à cabeça, já obesa, cansada da luta do dia-a-dia, esperava o marido chegar do trabalho todos os dias, com um sorriso estampado no rosto. Ele chegava sempre de cara amarrada trancando-se no banheiro. Passava lá horas. Quando saía era todo sorridente, beijava-a e, satisfeito, pedia o jantar.
Ensimesmada, Amélia temia fazer perguntas. “isso é coisa de homem”, pensava, mas a curiosidade lhe consumia. Não resistindo, na manhã seguinte em que ele saiu para trabalhar, ela furou um buraco na parede do banheiro. “Hoje eu descubro essa marmota.” À tardinha quando chegou, o marido repetiu o mesmo ritual, foi direto para o banheiro. Amélia, pé ante pé, postou-se de olho no orifício cavado por ela. O que viu foi fantasmagórico, arrepiante. O marido despido, braços estendidos para cima, apoiados na parede, gemendo e contorcendo-se dos pés à cabeça. Do seu corpo emanava um halo que tomava formas femininas as mais variadas e em várias tonalidades. Chegou a contar até trinta. Correu para cozinha apavorada, falando sozinha: ”isso é alucinação”, já tremendo de ciúmes, beirando à histeria.
Pouco tempo depois, o marido chega alegre como sempre, abraça-a e pede o jantar. Amélia controla-se para não chorar. Não pode falar nada do que viu. Estava espionando o marido, invadindo sua privacidade. O marido olha para ela e diz secamente:
- Amélia, meu amor, vou vender o motel. Mudar de ramo. Eu não aguento mais, estou ficando louco.
A esposa devolve o olhar, diz apaixonada:
- Meu exorcista...
Amélia, mãe de cinco filhos, dona de casa, lenço amarrado à cabeça, já obesa, cansada da luta do dia-a-dia, esperava o marido chegar do trabalho todos os dias, com um sorriso estampado no rosto. Ele chegava sempre de cara amarrada trancando-se no banheiro. Passava lá horas. Quando saía era todo sorridente, beijava-a e, satisfeito, pedia o jantar.
Ensimesmada, Amélia temia fazer perguntas. “isso é coisa de homem”, pensava, mas a curiosidade lhe consumia. Não resistindo, na manhã seguinte em que ele saiu para trabalhar, ela furou um buraco na parede do banheiro. “Hoje eu descubro essa marmota.” À tardinha quando chegou, o marido repetiu o mesmo ritual, foi direto para o banheiro. Amélia, pé ante pé, postou-se de olho no orifício cavado por ela. O que viu foi fantasmagórico, arrepiante. O marido despido, braços estendidos para cima, apoiados na parede, gemendo e contorcendo-se dos pés à cabeça. Do seu corpo emanava um halo que tomava formas femininas as mais variadas e em várias tonalidades. Chegou a contar até trinta. Correu para cozinha apavorada, falando sozinha: ”isso é alucinação”, já tremendo de ciúmes, beirando à histeria.
Pouco tempo depois, o marido chega alegre como sempre, abraça-a e pede o jantar. Amélia controla-se para não chorar. Não pode falar nada do que viu. Estava espionando o marido, invadindo sua privacidade. O marido olha para ela e diz secamente:
- Amélia, meu amor, vou vender o motel. Mudar de ramo. Eu não aguento mais, estou ficando louco.
A esposa devolve o olhar, diz apaixonada:
- Meu exorcista...