UM DOLORIDO ADEUS - Alzheimer -
No leito, imóvel, seu olhar vago contempla a porta como que esperando alguém. Assim passa horas. Sua mente passeia pelas curvas do tempo onde algumas janelas de lembrança ainda se abrem. Sua postura aos poucos vai se aproximando da posição fetal, pouca palavras consegue articular. Os olhos sempre fixos na porta. Quando apareço seu olhar se ilumina, sou o único que ela ainda reconhece. Eu a abraço, beijo e sou mil vezes beijado. Choramos juntos. Cada vez que vou embora é um dolorido adeus.