Amor _ Loucura

Acordou agradecida pela noite de sono.
Havia muitas não dormia assim... Olhou em volta, o desalinho do quarto denunciava seu estado de espírito.
Roupas jogadas numa cadeira, objetos fora do lugar, ao lado do micro, um lanche pela metade, copos, mostrando que ela fizera dali seu refúgio...
Viu-se no espelho. A mulher pálida e abatida em nada lembrava  a alegre figura que um dia havia sido. ..
Como pudera chegar a esse ponto de auto comiseração?
Como isso havia lhe acontecido? Era vitima de si mesma, de uma paixão arrebatadora, que a principio havia colorido seus dias e lhe dera a falsa impressão de felicidade.
Mas, teimosamente ela havia ignorado todos os sinais, um a um...  As brigas, as cenas de ciúmes, as dolorosas ausências, as promessas não  cumpridas, entremeadas por recomeços e juras de amor eterno.
Tudo isso lhe parecia tão romanticamente belo!
Amar loucamente, sem limites, como nas poesias que tanto gostava... 
Como algo que parecia tão bonito  a tinha lançado naquele abismo de auto-destruição? Por  que se negara a ver que estava doente de amor?
Que vivia uma simbiose cruelmente alimentada pelo objeto de sua paixão? Necessitava de ajuda! Qualquer uma. A primeira coisa que lhe ocorreu  foi uma igreja.   Precisava de paz e serenidade...
Lá chegando, ajoelhou-se, orou e chorou como há anos não fazia... 
Chorou até sentir seu peito vazio,  uma imensa sensação de paz invadiu-a. Voltou para casa determinada não apenas a arrumar a bagunça do seu quarto, mas de sua alma. 
Abriu as cortinas, deixando que a luz do sol iluminasse tudo... 
Sabia o que precisava fazer e fortalecida pelas orações, o faria! Sorrindo, agradeceu a Deus por ter sobrevivido a esse amor loucura.

Começaria agora, a fazer o longo caminho de volta a vida...




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Beethoven - Sonata ao Luar 
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Carinhosa
Enviado por Carinhosa em 26/10/2006
Reeditado em 23/05/2013
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