MERO INSETO

Deixou o cinema com o sonho de ser o herói do filme.

De regresso, enquanto o carro do pai rodava pela cidade, percebeu o quão impossível era esse sonho. Das calçadas não brotavam arranha-céus. Apenas casas, sobrados, pequenos prédios afastados uns dos outros. Portanto, fosse mesmo o homem-aranha, não poderia cortar os ares balançando de uma teia à outra. Teria de viver com os pés no chão, igual a todo mundo.

De herói a inseto. Que conclusão mais repugnante.

O garoto esmagou o sonho.

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