MÃE SOLTEIRA

Pôs a filha para fora de casa.

– Grávida? Aqui não!

A justificativa:

– Sempre avisei que nesta casa não teria lugar para outra mãe solteira.

A adolescente sumiu por uns dias. Pouco depois, a mãe a recebeu de volta, futuro e pulsos cortados.

Na barriga da filha, a neta embrionária, ambas veladas ao centro da sala.

Comentavam o suicídio parentes e vizinhos, quando a mãe da adolescente surgiu do quarto com um bebê no colo.

– Minha netinha.

Trazia um sorriso apalermado, os olhos boiando em lágrimas.

– Minha netinha – repetia, enquanto embalava nos braços a boneca que jamais dera à filha.

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