ARBEIT MACHT FREI

“O trabalho liberta”, lia-se à entrada de Auschwitz.

– Não pare! – gritou o soldado a um dos prisioneiros que em fila cruzavam a inscrição sobre o portão de ferro.

O rapaz não escutou. O nazista aproximou-se e lhe deu um empurrão.

– Vamos, seu palerma. Prossiga!

O judeu olhou para a suástica. Por vaga semelhança, lembrou-se da cruz, símbolo maior dos cristãos. A essa lembrança, ocorreram-lhe as palavras do profeta Jesus: “A verdade liberta”.

A verdade. O que era a verdade?, perguntara Pilatos.

Para eles, condenados ao campo de concentração, a verdade era uma só. Nada os libertariam de Auschwitz.

Nada, exceto a morte.

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