A Tia
Os dias escorriam estanques pela da vida alheia e a janela, cúmplice mais fiel da amargura pálida de Tia. Os ponteiros pontilhavam imóveis enquanto as banhas brancas da Tia escorregavam ao parapeito. O operário pontual, a jovem bela, a vizinhança esbelta, ativa e longínqua debochavam da Tia, invisível. O cigarro, a janela amiga, os doces e o tédio reconstituíam a cada dia a rotina clara e calma do desespero.