A saga de Julio Marcos - parte 2

Perambulava pela Avenida Afonso Pena por volta das 23:00 próximo da Casa Coloquial local de grande concentração de playboy’s curriolas e lambedores de saco de granfinos da capital sul-matogrossense, nesta região da cidade estão localizados diversos bares com características voltadas para este tipo de público.

- porra Japa vou perder o baú, to fudido vou ter que cair lá no centrão pra pegar o integração só as onze e quarenta.

- larga de mão vamu colar no Julio Marcos tomar um Viapiana, depois a gente torra pau a pé queimando um.

- boto fé assim a gente já vai calibrado.

Todos os dias a rotina destes dois marginais incluía a passagem pela base do nosso herói, Julio Fedorento Marcos.

- ow Fedorento.

- fala me chupa, o que é que você já quer bicho. Naum sei por que você fica andando junto com este cara ai negão, este japonês é bnaitola, todo mundo ta dizendo que vocês formam uma dupla me chupa e me lambe.

- Vai se catar negão, fica viajando ai. Todo mundo sabe que você vive comendo viado a troco de zuca.

- como mesmo e fumo tudo depois (cai numa gargalhada ferenha).

- para de putaria nego e dechava logo essa porra.

- tu é folgado heim japa.

- cale-se.

- manda o negão dechavar.

- ahahaahah eu nem pensar, to sem unha.

- sempre usa as mesmas desculpas manjadas nego.

Um olho nos carros outro na vez de dar uma bola, assim a noite foi dando vez pra madrugada e Julio Marcos faturando alto. O movimento na Casa Coloquial estava fervilhando e os magnatas do agronegócio como sempre faziam questão de impressionar a companhia dando uma gorjeta alta pro guardador.

É certo que alguns viravam a cara quando sentiam o forte cheiro da diamba que impregnava o ar, mas nem mesmo merecia alguma manifestação dos nossos amigos, principalmente de Julio Fedorento Marcos que fazia questão de soltar a quiaca na direção dos pirocudos.

- ai neguim segura mais um viapiana pra gente.

- vamu rachar uma vaguinha dae eu truco uma polenta frita.

- demorou nego to de larica.

Já se passavam das onze e vinte, já na terceira garrafa de Viapiana os dois malacos resolveram ir embora, pois a ultima volta do ônibus já iria passar, eles ainda iriam descer de caminhada até a Ruy Barbosa, isto é claro acompanhados de um purito pra aliviar a pressão.

- esse jack é bom eim nego.

- então segurei com o malandrinho.

- puts é uma colomy já dá um grau nervoso.

- olha o baú mano, vou nessa.

- pode crer amanhã a gente troca idéia.

- se jah permitir, rsrs.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 26/09/2006
Código do texto: T249976