O conto abandonado

O conto abandonado

Um conto foi abandonado por um tema, porque na reunião de temas este conto não se encaixava em nenhum dos interesses para satisfazer a encomenda de uma antologia. Os temas buscaram apoio com as inteligentes mensagens, que à todo momento recebiam encomendas dos textos.

Após a reunião, vários contos foram deixados para trás, os menores se modificavam e se tornavam piadas ou frases de moral de literária, os maiores perdiam suas palavras, pois eram comidas pelos monstros do esquecimento, que vorazes se alimentavam delas, porém, sentindo-se muito triste e injustiçado, um dos contos abandonados resolveu procurar ajuda na antologia para falar do seu descontentamento e dizer que tinha valor sim.

Lá chegando, depois de chamar por várias linhas, foi atendido pelo recepcionista da antologia, o senhor índice, que depois de ouvi-lo, disse que poderia ajudá-lo, mas dependeria de alguém mais importante na antologia, o senhor Prefácio, o conto aguardou diante da capa da antologia, enquanto o senhor Indice foi à primeira parte conversar o com o Prefácio, que se interessou pelo caso marcou um encontro com o conto na primeira parte da antologia.

Na página marcada, lá estava o conto, completo e pronto, acompanhado do glossário, o Prefácio, após alguns parágrafos de espera, o recebeu e os capítulos da antologia fizeram questão de participar. E o conto abandonado apresentou-se.

Sou a história do medo.

Conto a historia de uma deusa muito bela, que certa vez se encantou pela terra, vendo o verde e o azul ornamentarem os horizontes. Porém, ficou muito preocupada com o ser que habitava a terra e antes de prosseguir seu caminho em busca de outros mundos, deixou um presente para os seres humanos, que foi entregue pelas águas e pelas matas. Este presente continha a coragem, a audácia, e inteligência, a criatividade e um sentimento desconhecido, que os seres não gostaram, ninguém o guardava em si mesmo.

Os guerreiros nutridos por estes sentimentos conquistavam enormes valores, prestígios, honras, mas morriam muito cedo, antes mesmo de usufruírem tudo isso e deixavam pegadas de tristezas, as famílias choravam por suas mortes violentas nas batalhas sangrentas que travavam diante de inimigos que surgiam para invadir as aldeias. As mulheres tinham que tomar conta da família, fazendo todas as tarefas dos homens. Até que certo dia nasceu um menino belo, forte, que cedo desenvolveu seus músculos, na idade de trezes anos, já com dois metros e quarenta foi chamado pelas mulheres para defender a aldeia, pois um numeroso grupo de guerreiros caveira se aproximava para saquear, destruir matar e estuprar, o forte guerreiro, que chamavam pelo nome de Sol de longe, foi em defesa da aldeia, juntou todos os invasores e não se soube o que ele fez ou falou, mas afugentou todos, sem cometer uma violência, apenas se livrou deles. Todos ficaram encantados e surpresos com o feito. Assim, sempre que as aldeias se sentiam ameaçadas, o guerreiro Sol de Longe ia e defendia, e atuava da mesma forma, sem nenhum golpe de violência nem de barulho. Era um mistério ninguém sabia do segredo do guerreiro. Os anos se passaram e Sol de longe se tornou muito respeitado e foi pai de quase mil guerreiros, quando estava já velho e cansado do trabalho, chamou todos para revelar o segredo de suas conquistas, como ele afugentava os inimigos. Ele falou que simplesmente reunia todos os inimigos e falava do medo que sentia, que se algum mal acontecesse a alguém de sua tribo ele faria um buraco no mundo grande o suficiente para colocar todos os inimigos no inferno, ouvindo estas palavras ditas com tanta verdade, os inimigos se afastavam em silêncio. Todos se impressionaram, pois era o medo, o único sentimento que ninguém gostava, era justamente o que protegera as aldeias por muito tempo.

Quando o conto abandonado acabou de apresentar-se Prefácio, Indice , Glossário e todos os presentes estavam emocionados e por unanimidade decidiram adotar o conto abandonado no capitulo dos celebres contos da antologia. Depois disso, muitos leitores surgiram atraídos para ler este conto e sentiram-se felizes.

Domus
Enviado por Domus em 04/09/2010
Código do texto: T2478402