Contos do eremita: O general de guerra.

Uma fogueira, uma chama eterna que desafia a chuva etérea. Um relato adicional: um general de guerra.

Seu elmo era aterrorizante, fechado como sua guarda. Deixava a mostra seus olhos. Olhos de uma besta dotada de inteligência superior e sede de sangue. Sua armadura era negra. Negra quanto a mais sombria noite sem lua e estrelas, negra como a escuridão e o vazio de seus sentimentos de pena para com o inimigo. Seu machado duplo cortava. Cortava cabeças, machados, espadas e barricadas, aço e carne, ossos e escudos, todos e tudo. Magia? Não fazia muito uso desta, reconhecia o seu valor em seus xamãs e magos, e adivinhos, e conselheiros, e anciãos, e criaturas. Criaturas muitas eram as que o seguiam. Soldados poucos eram os que o desobedeciam. Soldados todos eram os que pereciam após o não cumprimento da ordem. Ordenado, rápido e devastador como a tempestade era seu ataque. Leves, mínimos e precisamente calculados eram os movimentos das tropas. Sua lâmina carregava o próprio trovão, cujo ruído só era escutado após o ataque ter atravessado o inimigo, como um raio. Assim era o antigo grande general de guerra, tão submisso e mínimo ao ancestral e superior quanto o mais raso dos soldados.