A vírgula
Ano de 1809, Lucius, em cinco minutos seria morto. Após ser julgado incoerentemente, foi condenado a passar vinte anos na prisão, no meio de assassinos e ladrões. Posteriormente, iria para a guilhotina em praça pública.
Foi condenado por assassinar sua mulher com uma faca de cozinha. O real assassino estava a solta e Lucius sabia muito bem quem era: o professor da cidadezinha. Este, era um psicopata doentio.
Concederam a Lucius uma oportunidade de adiar sua angustiante morte - pois o prefeito da cidade estava passando mal em sua casa e sem ele os rituais de punições costumavam não acontecer. Para isso, o condenado teria que escrever em uma única frase um pedido de misericórdia, apenas isso.
O professor - real assassino - concedeu-lhe o papel em branco no qual o condenado teria que escrever brevemente seu pedido. Debruçado no chão, entre o lugar que encaixaram sua cabeça e a lâmina - que brilhava a dois metros de altura pendurada por uma pequena corda -, pegou doentemente da mão do psicopata o papel e o lápis. Escreveu rápidamente:
NÃO, TENHAM MISERICÓRDIA!
O 'professor assassino' pegou da mão do condenado - rapidamente e escondido -, esfregou uma borracha no papel e entregou ao responsável pela guilhotina. Conversaram entre si, um clima tenso e conturbado foi vivenciado por alguns segundos, então a lâmina caiu na cabeça do inocente, decepando-a, a qual rolou entre as pessoas.
Começaram a chuta-lá como revolta pelo assassinato cruel da pobre mulher. Iniciou-se uma série de bicudas na cabeça decepada; um chutava para o outro, doentemente. Realizam toques com cautela; uma roda criou-se entre eles; estavam jogando futebol, havia dois times, e a cabeça rolava solta entre o povo. Até que alguém gritou:
- Gooooollll! - olharam ao redor, quem havia dito aquilo? Então a cabeça falou novamente:
- Não percebem que o assassino é o professor, e a vírgula também?!
No papel que foi entregue, lia-se:
NÃO TENHAM MISERICÓRDIA!